quarta-feira, 28 de setembro de 2011

CELEBRAÇÃO HOMOAFETIVA - UMA ABORDAGEM BÍBLICA-TEOLÓGICA.

RELAÇÃO HOMOAFETIVA ABENÇOADA POR DEUS.
               
                Me sinto muito tranquilo abordando essa questão, pois sempre transitei com muita tranquilidade e conforto pelo movimentos ecumênicos e inter-religiosos e o Coaching ampliou muito minha cosmovisão. Como diz Einstein: “ uma mente que se abre a uma nova ideia, nunca mais volta ao seu tamanho original”.   
                Todas as igrejas visíveis pecam por se considerarem donas da verdade, cada uma, argumentando a partir da Biblia ou de seus livros Sagrados. Afirmo com toda tranquilidade que não existe igreja certa ou errada. Existem igrejas, formadas por homens falhos e pecadores e portanto, também as igrejas o são. Igreja verdadeira, sem mácula e perfeita, existe só  uma, a saber, a que reinar gloriosa com a volta de Cristo quando então será instalado  definitivamente o Reino de Deus em plena justiça, amor e paz.
                Enquanto isso, somos peregrinos em busca da perfeição. Tenho um profundo respeito por cada igreja, por cada religião, apesar de discordar de seus dogmas e de seus legalismos.
                 Tenho dificuldades em aceitar, por exemplo,  que se faça uso de versículos bíblicos ou de textos como por exemplo Gênesis 1,27-28, 2,18-25,  19,5-7; Levíticos 18,22; Deuteronômio 23,17, Juízes 19,22ss.; Romanos 1,22ss.; I Coríntios 6,9ss. Efésios 5,33, Judas 7; dentre outros, para se dizer que  homossexualismo é pecado.
                Precisamos ampliar urgentemente nossa visão de mundo. Com certeza isso nos ajudará a sermos mais compreensivos, mais, amorosos e mais acolhedores. Não há nenhum registro na Bíblia de que Jesus ou qualquer um dos Profetas do Antigo Testamento jamais tenham feito qualquer referência a relação entre pessoas do mesmo sexo.  Se um homem ou uma mulher optam por conviverem com outra pessoa do mesmo sexo, essa decisão merece todo  o nosso respeito e precisa ser levada a sério.
                Do meu ponto de vista, o que importa não é a opção sexual que tomamos e sim, como vivemos nossa sexualidade. Aqui sim, estamos diante de um fato que pode fazer toda a diferença. Vale lembrar aqui que a Bíblia faz numerosas referências ao sexo, mas não está preocupada com a “sexualidade” como tal, conceito esse que não tem equivalente quer no Hebraico do Antigo Testamento, quer no grego do Novo Testamento.
             É importante observar que , restringir a discussão do testemunho bíblico a esses textos referidos anteriormente, é ignorar aquela parte da mensagem escritural a que se referem gays e lésbicas quando falam de si mesmos. As igrejas também precisam aprender a ouvir a sua exposição das passagens bíblicas que orientam a sua fé.
            Fato é que, por detrás do sentido legal da Escritura, existe um sentido mais profundo, articulado por Israel a partir da experiência do êxodo e levado à encarnação sublime na identificação de Jesus com prostitutas, publicanos, doentes e deficientes, com marginalizados e pobres. É o sentido de que Deus toma o partido dos destituídos. Deus liberta os oprimidos. Deus sofre com os que sofrem e geme pela reconciliação de todas as coisas. À luz dessa compaixão suprema, qualquer que seja nossa posição sobre a união homoafetiva, o imperativo evangélico do amor, da preocupação e identificação com os seus sofrimentos é irrefutavelmente claro. Esse sentido mais profundo, deveria exercer autoridade muito maior do que referências mais detalhadas de Levíticos e das epístolas de Paulo, sobre  cuja interpretação surgiu uma boa dose de ambiguidade.
              
                     A partir do momento em que não nos deixamos influenciar por versículos bíblicos ou por textos bíblicos isoladamente e fora de seu contexto e sim, lançarmos nosso olhar sobre a Biblia a partir de uma visão  holística, então certamente teremos uma outra compreensão, tanto do Deus Criador do Antigo Testamento, como também do Deus Salvador e Santificador do Novo Testamento.
                Para Jesus de Nazaré, bem como para o Cristo Ressurreto e Vivo, não existe espaço para qualquer tipo de exclusão. Vejamos o que Jesus fez com a mulher adúltera em João 8,3ss.; ou com o pecador Zaqueu em Lucas 19, 1ss. ou com o Publicano em Lucas 18,13ss., dentre outros.  Mesmo o apóstolo Paulo, quando fala dos efeminados em I Coríntios 6,9ss. o faz num contexto maior no qual ele critica a hipócrisia, a inveja, a injustiça, enfim, as atitudes que destroem relacionamentos sadios.   
                A atitude de Jesus foi de acolher, de abrir espaços, de aceitar e amar incondicionalmente os que eram rejeitados pela sociedade da época.
            Se as instituições religiosas, ainda não conseguem se libertar de seus legalismos, dogmatismos, e outros “ismos”, queremos dizer aos que fizeram a sua opção sexual por outro ou outra do mesmo sexo: não se sintam rejeitados! Se os homens não são capazes de amar vocês assim como vocês são, Deus é capaz sim. Ele ama vocês incondicionalmente.
                  

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