terça-feira, 21 de setembro de 2010

CASAMENTO E SOCIEDADE


O casamento, em muitas civilizações tem um caráter festivo e é marcado por fortes emoções. Quando se trata do tema “casamento”, geralmente a emoção fala muito mais forte do que a razão.


Todos os preparativos para o ceremonial do casamento estão recheados de emoção. Tudo é planejado nos seus mínimos detalhes. Nada pode dar errado. Tudo é cronometrado de maneira a não dar espaço para nenhum tipo de deslize.


As expectativas em relação a vida a dois, então, nem se fala. Tudo é idealizado. O perfeccionismo ganha a sua expressão maxima quando se fala em vida matrimonial.


O romantismo, característico do tempo do namoro e do noivado, é algo realmente apaixonante, e por que não, emocionante. Tudo é belo e maravilhoso. O Casal forma um “par perfeito” é o que se houve por todos os lados.


Infelizmente, porém, as estatísticas nos mostram uma outra realidade. De cada 4 casamentos, somente 1 é duradouro. Não é paradoxal essa constatação? Com certeza é, porém, as estatísticas não falham. Por isso temos que ser realistas.


O casamento não deixa de ser uma sociedade. São 2 pessoas, cada uma com a sua individualidade, que decidem viver juntos, compartilhar suas vidas por inteiro. Na grande maioria das vezes, porém, não se calculam os riscos. É o que acontece com as empresas. Mais de 50% das empresas abertas, fecham antes de completarem 8 anos de existência. Vários são os fatores que levam à falência de uma empresa: falta de planejamento estratégico, falta de experiência no ramo de atividade escolhido, falta de investimento em marketing, incompatibilidade entre os sócios, dentre muitos outros.


As modernas organizações já descobriram que para sobreviver em meio a esse mercado competitive, é preciso investir tanto em tecnologia, como nas pessoas. Por isso o coaching torna-se uma ferramenta cada vez mais adotada nas modernas organizações.


Enquanto isso, se investe muito pouco na Instituição “Casamento”. Algumas igrejas até tem feito algum investimento, como cursos para os noivos, antes do casamento e grupos de casais para os já casados. No entanto, esses espaços geralmente são muito carregados pelo moralismo e pelo legalismo. Utilizam-se versículos bíblicos para justificar a indissolubilidade do vículo matrimonial ou até para justificar a não-dissolução do casamento, mesmo ele já tendo sido disssolvido. O moralismo religioso prefere “manter as aparências a assumer uma atitude responsável de terminar uma relação, sem o medo de recomeçar.


Enquanto permitirmos que conceitos como “culpa”, “pecado”, “castigo eterno” , “salvação” e “condenação” continuem determinando nossa existência, dificilmente conseguiremos viver a felicidade em sua plenitude.


Se as modernas organizações já aprenderam que é preciso investir nas pessoas, precisamos aprender isso também, em relação ao casamento. Infelizmente, me parece que as religiões de uma maneira geral não estão suficientemente preparadas para assumir esse desafio.


Por isso, se quisermos melhorar a qualidade de vida em nossos matrimonios, temos que buscar instrumentais que encontramos desde a milenar sabedoria humana até as mais modernas descobertas científicas, como por exemplo, a física quântica.


Um casamento só terá sucesso se o casal não se precipitar; se fizer um bom planejamento e se buscar, constante aperfeiçoamento no que diz respeito à relação a dois.


Também não devemos encarar a dissolução do vínculo matrimonial como um fracasso, pelo contrário, pode representar o maior ato de coragem de um homem ou de uma mulher. Covardes são os que não tem coragem em reconhecer seu erro e fazer um novo começo com outra pessoa. Ninguém merece viver infeliz “até que a morte os separe” em nome de uma falsa moral que nos é imposta pelas religiões . Deus nos criou para sermos felizes e essa felicidade tem que ser buscada, conquistada, mesmo que o preço a pagar às vezes seja alto.


Retomando o romantismo classico, podemos dizer que o casamento é como um jardim florido e bem cuidado. No entanto, ele não floresce o ano todo. E mesmo nos tempos em que as flores não embelezam esse jardim, é preciso continuar cuidando dele, para que, quando chegue a primavera, as flores voltem com toda a força a embelezar esse jardim. Nesses cuidado estão incluídos o diálogo constante, a compreensão, o perdão, o planejamento de metas comuns, o reconhecimento do erro, o recomeço e a disposição em buscar apoio nos momentos de maior dificuldade.


Segundo Jessie Bernard, “o casamento é simultaneamente o melhor e o pior dos status humanos”. Podemos transformá-lo num céu de estrelas cintilantes ou então de nuvens carregadas e ameaçadoras. Aqui entra a criatividade dos cônjuges.


A felicidade é um dom de Deus. Tomar posse dela, depende de cada um de nós!


Waldir Humberto Schubert


Master Coach – Persnoal Counselor e Celebrante de Casamentos

2 comentários:

Anônimo disse...

Óh mainha!!!!

Mariete Concado disse...

Excelente redação sobre o assunto! Meus sinceros parabéns!